TORRES NOVAS
A
data da fundação de Torres Novas mantém-se incerta até aos nossos dias mas a
região onde a cidade de insere foi procurada e habitada desde tempos imemoriais.
Segundo
a História, diversos terão sido os povos que ocuparam Torres Novas ao longo dos
tempos: gregos, romanos, celtas, árabes.
Significativa
foi a presença romana na região, comprovada por muitos vestígios entre os quais
ressaltam as ruínas da Villa
Cardilium
predominantemente do séc. IV da nossa era mas revelando vestígios de ocupações
anteriores (séculos I e II pelo menos).
Em
1148, D. Afonso Henriques conquista definitivamente Torres Novas aos árabes e,
a 1 de Outubro de 1190, D. Sancho I atribui-lhe o primeiro foral e manda reconstruir
o seu castelo, que havia ficado extremamente devastado. Mais tarde, em 1376, D.
Fernando ordena a sua reconstrução, após as guerras com Castela.
Foi
exactamente em redor do castelo que se constituiu o primeiro aglomerado
populacional de Torres Novas. Ao longo da cerca, conjunto de muralhas que
cercava a fortaleza e a defendia dos ataques inimigos, existiam quatro arcos ou
postigos, que funcionavam como as principais artérias de entrada e saída da
vila.
Esta
primitiva estrutura urbana manteve-se em boa parte constante até ao séc. XVI,
porque embora se tivesse registado um aumento demográfico, a população ocupava
os espaços ainda disponíveis dentro da muralha, essencialmente junto à igreja
do Salvador.
As
áreas que, nos séculos XVI e XVII, constituíam potenciais pólos de atracção
populacional e consequente implantação urbana eram essencialmente a judiaria e
os locais onde se haviam erigido edifícios religiosos. Assim, a vila tende a
expandir-se para as zonas da antiga rua Direita, pela existência do convento do
Espírito Santo; Rossio do Carrascal, onde se havia implantado o convento de S.
Gregório Magno e para a Berlé, onde se instituiu o Convento dos frades
Arrábidos e onde mais tarde se passou a fixar o Bairro de Santo António. Seriam
estas as áreas que, durante a Idade Moderna, compunham as principais artérias
de ligação entre a vila e o arrabalde, a partir das quais cresceram os bairros
que ainda hoje compõem o tecido urbano da cidade: Valverde, Santiago, Anjos,
São Pedro, Santo António, S. Domingos, Babalhau, Vale e Silvã.
Mais
tarde, nos finais do século XIX, grande parte da muralha e os arcos acabaram
por ser demolidos. O que resta sofreu recente e cuidada consolidação e/ou
restauro o que lhe veio dar maior visibilidade e acrescentar beleza ao espaço
envolvente nomeadamente na zona do castelo.